Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2003

Andamos todos a contar mentiras

A nossa principal actividade, a dos portugueses, é a de contar mentiras . Todos temos opinião sobre tudo. Somos todos treinadores das diferentes bancadas da vida, do futebol, da política, da TV, do crime, etc. Não admira assim, que face aos diferentes casos político-criminais de que vamos tendo notícias, vão surgindo muitas opiniões, fundadas, a maior parte das vezes no que diz que disse, daqueles nossos conhecimentos do tipo: " eu tenho um colega, que me disse, que no prédio dele, a filha da porteira namora com um rapaz, por sinal muito jeitoso, que é motorista da PJ...", ou " vinham a dizer na camioneta que.. .," " ontem estavam a dizer no cabeleireiro, que... ". O que não falta à nossa volta são mentirosos. ajp

Vamos lá passear

Imagem
tozé É altura de mudar de ares e ir de férias para um outro lado. Quem sabe se esta chuva, que por aqui apareceu, não irá ajudar a baixar a elevada temperatura ambiente que por aí anda. Foram os apagões. Em Nova York atingindo 50 milhões de habitantes (basta imaginar Portugal e Espanha ao mesmo tempo completamente à escuras, e em Londres, com 8 milhões afectados. O que as cegonhas conseguem fazer por esse mundo fora. Foram os incêndios, da nossa incúria e falta de planeamento florestal. Nada de anormal para aquilo que todos os dias nos rodeia. Foram as festas do jet 7 e outros aparentados, que nos deram o melhor do Algarve. Alguém ouviu dizer como estava a água da praia?. Foi o Benfica, a ficar outra vez a chuchar no dedo. Para o ano é que é!! Foram também os muitos mentirosos que encharcaram os meios de comunicação de notícias, que o não eram, de acontecimentos que pouco nos interessam, mas que alimentaram as conversas à hora das refeições. Já lá vai o tempo das mor

O fabuloso Mundo de Amélie

Imagem
Ora aqui está um filme recomendado para quase todas as idades. Este é o DVD que hoje saiu à venda com o Público . A ideia que alguém se preocupa em fazer o bem aos outros, é naturalmente um incentivo para se viver melhor. Este filme possui pormenores da vida em comunidade, personagens singulares que pela sua especificidade nos fazem lembrar gente que nós conhecemos. Tem uma banda sonora que nos ajuda a dispor bem e a maravilharmo-nos com as coisas simples da vida. Vale a pena ver e partilhar com outros. ajp

Oleoduto

Numa das páginas do jornal Público de hoje, aparece uma pequena e inocente notícia: "Estados Unidos vão transferir petróleo iraquiano para Israel" Já foi pedido a Israel que prepare a reabertura de um oleoduto que liga refinarias iraquianas em Kirkuk ao porto israelita de Haifa... Qualquer coincidência desta situação com a necessidade da intervenção militar no Iraque por parte dos EUA só pode ser por maldade. ajp

Regresso

" Rentrée " política = cuidado eles aí estão de volta, para uma nova campanha eleitoral, que é que vai acontecendo ao longo de todo o ano. Erro de " casting " = alguns casos conhecidos e badalados todos os dias, mas parece que ninguém quer corrigir os enganos. Fim da " silly season " = mas nalgumas matérias, isto não dura todo o ano? Não estamos todo o ano a acompanhar assuntos, situações, que não passam de verdadeiras idiotices? " Clichés " vários que acompanham a vida de qualquer português. Com se não houvesse uma outra forma, mais portuguesa de nomear aquilo que nos rodeia. Terá mesmo de ser assim? ajp

Anedotas de Loiras

Na Bósnia vão ser proibídas as anedotas sobre as loiras, comunica-nos o Público , no suplemento de Verão. É que por lá a maior parte das mulheres tem aquela cor de cabelo. E não se pense que se trata de uma decisão de um qualquer censor. Trata-se de uma decisão de um grupo internacional para os Direitos Humanos. Alentejanos organizem-se! Temos de proibir as anedotas sobre alentejanos. Propõe-se para sede desta organização a Barragem do Alqueva. Sempre era mais alguma água para ajudar o Guadiana. ajp

Encontros de Bloguistas

Caros amigos dos Blogs, Estão em curso, pelo menos, dois encontros sobre blogs: O Encontro de Weblogs , em Braga, a 18 e 19.Setembro.03, e um Encontro Informal de Blogs , em Lisboa a 30 de Outubro. Tratando-se, como se vai vendo, de uma actividade não profissional para a maioria dos bloguistas, não faz muito sentido que estas marcações sejam feitas para dias de semana. Assim só poderiam participar os profissionais destas artes, ficando arredados os amadores. Está mal. Esta nova forma de comunicação e interactividade deveria ser amplamente partilhada. Aqui vai a minha sugestão. Passemos estes encontros para o fim de semana, de modo a alargar o leque de participações. António J Paulino

Notícias do meu país

Ontem à noite a TSF noticiava a morte de muitos peixes no rio Zêzere, na zona da freguesia de Barroca. Nada de especial a assinalar. É algo a que estamos habituados. Mas entrevistado o presidente da Junta de Freguesia, sobre as causas e sobre a fiscalização do curso do rio, disse-nos ele que era melhor falar às rádios , porque não conseguia nada, pelas vias normais, no pedido de fiscalização e de apoio aos responsáveis de Ministério do Ambiente. Aqui está o desenrrascanço português face à inoperacionalidade do sistema... ajp

ECONOMIA- A FRONTEIRA DA CULTURA

Mão amiga fez-me chegar este texto de uma conferência proferida pelo escritor Mia Couto, em Maputo, no passado mês de Julho. Pela sua importância enquanto reflexão sobre a procura de uma identidade moçambicana, sobre o colonialismo, sobre as perspectivas para um futuro diferente e pramelhor dos moçambicanos, aqui fica a sua divulgação. Aproveitem e divulguem este texto aos vossos amigos. ajp Economia- A FRONTEIRA DA CULTURA – Mia Couto – Maputo Julho 2003 Durante anos, dei aulas em diferentes faculdades da Universidade Eduardo Mondlane. Os meus colegas professores queixavam-se da progressiva falta de preparação dos estudantes. Eu notava algo que, para mim, era ainda mais grave: uma cada vez maior distanciação desses jovens em relação ao seu próprio país. Quando eles saíam de Maputo em trabalhos de campo, esses jovens comportavam-se como se estivessem emigrando para um universo estranho e adverso. Eles não sabiam as línguas, desconheciam os códigos culturais, sentiam-se

Subsídiodependência

Num recém entrado nesta aventura dos blogs, o Fayal fui encontrar uma referência aos subsídios e da sua dependência, que se vive na sociedade açoriana, e que muito perturba o seu normal funcionamento. Não é nada de admirar nesta sociedade globalmente dependente. Tive em tempos a seguinte experiência, que me alertou para este assunto. Tenho um terreno, com cerca de 1 hectare onde já estão plantados e muito crescidos cerca de 250 pinheiros. Mas como havia uma parcela deste terreno, cerca de um terço, que não tinha qualquer árvore, contactei alguns amigos desta área do saber, que me indicaram os serviços do Ministério da Agricultura onde deveria tentar informar-me sobre quais as espécies mais indicadas para plantar naquela região. E qual não foi o meu espanto, que em cada um dos contactos estabelecidos, quer ao nível nacional e depois local, a resposta ao meu pedido começava sempre com esta lamentação: - foi pena não ter ligado mais há mais tempo, porque acabou recentemente o praz

Recomeçou o Futebol!

Neste verão a começar a arrefecer, fazendo lembrar que as férias também terão um fim, surge-nos de novo o Futebol Português. E começou da melhor maneira, ou seja à portuguesa: 1. Por atraso da justiça desportiva o jogo do Belenenses e do Estrela da Amadora, ficou adiado. Qualquer semelhança com os atrasos e imbróglios da nossa justiça, não desportiva, será pura coincidência. 2. Começou também com um arraial de porrada . As claques outra vez, e agora também da Académica. Como os clubes não querem ter mão neste assunto, lá teremos este ano, as costumadas sessões de pancadaria entre claques, ou entre estas e a polícia. As claques, tal como as praxes académicas, não passam de figuras medievais, em que jovens que não tiveram tempo de brincar aos polícias e ladrões, enquanto crianças, aproveitam o ajuntamento de multidões para descarregarem a sua bílis. 3. Os árbitros, o costume, a deixarem andar a pancadaria em campo. O melhor é passar a ver a transmissões da liga inglesa e deixemo

Cegonhas americanas

Interroga-se a cibertúlia sobre a necessidade de envio de técnicos da EDP para Nova York para aí ajudar na procura das cegonhas que terão provocado o grande apagão de ontem. Como se sabe da última experiência de apagões em Nova York, os americanos em vez de irem ver a TV, resolveram fazer filhos, e nove meses depois houve um grande congestionamento nas maternidades. Creio até que seria interessante termos aqui em Portugal, de vez em quando, uns grandes apagões, e agora já seríamos 11 milhões. Quem sabe se esta não será uma solução para fazer face ao decréscimo populacional nesta velha Europa a precisar de sangue novo. ajp

Burocracia (2)

Um destes dias o jornal Público dava conta da demora de 10 dias de um qualquer despacho sobre a prisão de Paulo Pedroso, entre duas instâncias da justiça portuguesa. Como se este tipo de demora não fosse o habitual na vida dos portugueses. Quem de entre nós não teve já a grata experiência de ter qualquer coisa para resolver com os serviços públicos portugueses, ou de empresas de serviços, e não teve de esperar um horror de tempo para que os papéis passassem de um lado para o outro, até chegar a quem tem, finalmente, o poder de assinar, e depois de um carimbo ou selo branco lá temos o assunto a caminho da resolução. Cada um de nós tem de certeza experiências interessantes que poderia contar. Eu aproveito para relatar uma experiência interessante, mas ao contrário. No início deste ano tive necessidade de criar uma empresa. Depois de uma consulta na Internet e de alguns conselhos de amigos, fui ao Centro de Formalidades de Empresas , e no prazo indicado, apenas 7 dias, tudo foi tr

Há festa na aldeia

No ano passado foi ano de incêndios nesta zona da Beira e quase não havia vontade de festejar. Mas este ano os fogos andaram mais longe e foi festa da rija. Mas logo aqui se vê como vem ao de cima a organização dos portugueses. Na mesma freguesia de apenas mil almas, foi possível, que devido às rivalidades entre as aldeias, se realizassem duas festas no mesmo fim de semana, a menos de cinco quilómetros uma da outra. Uma na sede da freguesia (Santo André das Tojeiras) e outra na maior aldeia da freguesia (Fonte Longa). Assim aquilo que poderia ser uma grande, ou duas grandes festas, resulta em duas pequenas romarias. Assim se vê a organização portuguesa. Não nos podemos, portanto, admirar da nossa desorganização no combate aos incêndios. Esta mentalidade está na massa do nosso sangue. ajp

Mischka

Um filme que recomendo, Mischka . O desencontro de pessoas dentro da mesma família, a fuga (para se poder respirar livremente), o encontro de estranhos, todos eles à procura de algo que os unifique, são os temas que passam por este filme. Interessante como nos é apresentada, a forma como cada uma daquelas pessoas, procuram uma ligação afectiva a algo que lhes dê sentido à vida e à sua história. ajp

Burocracia

Segundo a RTP1 o Governo, por causa da Burocracia , resolveu transferir para a Cruz Vermelha Portuguesa (agora dirigida por um amigo do Governo), a responsabilidade pela recolha e depois distribuição dos dinheiros que vão ser solicitados aos cidadãos para a ajuda aos que sofreram mais nesta calamidade dos incêndios. E se os populares (que é o nome pomposo que têm agora os portugueses que apagam fogos) resolvessem, por causa da Burocracia, prescindir também do Governo, transferindo para uma outra entidade, mais credível, a responsabilidade pela gestão da coisa pública? ajp

Não há nada como ter amigos que nos ajudam

Imagem
Ter um amigo que nos ajuda a colocar umas fotografias neste blog, é algo que devemos celebrar. Obrigado ao Miguel tozé A grande mesquita de Casablanca Neste época de inclemência do tempo quente que nos aflige, a direcção deste minarete para o Céu, talvez nos ajude a procurar mais alto a inspiração para melhorar [pramelhor] o que vai mal. tozé O colorido de um país à procura do seu desenvolvimento ajp

Calamidade Pública

A calamidade pública existe porque quem poderia ter decidido não decidiu. A calamidade pública existe porque não temos um planemento florestal, não temos uma prevenção dos fogos, não temos os meios adequados nos sítios certos, etc. E é esta a conversa todos os anos. E em anos maus, de muito calor concentrado, resta-nos a burocracia do Estado, que reune os ministros em Lisboa, e decidem que agora estamos em Calamidade Pública. ajp

Ó pá! (2)

Ainda a propósito do pá, daquela conversa telefónica, o pior nem seria a sua falta de conteúdo, usada para manter o Paulo Pedroso preso. O que me parece mais grave é que a insinuação de que o Procurador Geral da República estaria disposto a entend.... (sabe-se lá que entendimentos seriam esses). E não nos venham atirar poeira para os olhos com a independência (e integridade) de todos os que desempenham cargos de alto nível na sociedade política portuguesa, quando todos sabemos, que sendo a política a arte da negociação, cabe naturalmente aos seus protagonistas influenciar as decisões de tudo o que está à sua volta. Se não como se compreende a existência de lobies, de interesses vários, que puxam a brasa à sua sardinha? ajp

Ó pá! (1)

Andei eu a escrever um destes dias sobre a recente moda da utilização abusiva do assim e recordava ainda outras muletas de linguagem como o pá , e não é que somos bombardeados com a transcrição do telefonema entre o Ferro Rodrigues e António Costa, onde se utilizam até à exaustão uma carrada de pás . Julgava eu que esta moda tinha ficado localizada nos tempos do PREC, pós 25 de Abril, quando agora damos conta que a macroestrutura do PS ainda não passou dessa fase. E como é que este tipo de linguagem comum de todos nós, eles dois incluídos, se pode compatibilizar com o tratamento de Vossa Excelência usado no Parlamento? Não seria melhor dizer ó pá diz lá agora... ajp