Os telemóveis e a nossa vida
Os telemóveis alteram muito os hábitos das pessoas. Quando tocam, a meio de reuniões, congressos, na missa, etc. e como o número de quem telefona aparece no visor, as pessoas não têm coragem de desligar, e então fazem aquela cena caricata: "O pá, desculpa mas agora não te posso atender, estou numa reunião... ligo-te mais tarde". Que cena estúpida: não te posso atender, mas atendi. Gastaste uma chamada e não falamos de nada, e a operadora móvel agradece. Só se for para animar a economia.
Ora não seria mais prático, como se fazia com os velhos telefones fixos, que quando não se podia atender, eles tocavam e se ninguém podia atender ligavam mais tarde. Esta ideia fixa de que a vida é feita ao ritmo do telefone e do imediato, não nos leva a lado nenhum. Ainda por cima como fica registado o número no nosso telemóvel, podemos sempre reatar o contacto, então em momento oportuno.
Embirro quando me perguntam num telefonema para o telemóvel: "Desculpa, mas não sei se me podes atender... ou se agora é oportuno...!" Se não fosse oportuno porque é que eu atenderia o telefone? Não é assim que fazemos noutras coisas da nossa vida. Se não posso, não vou ou não faço.
Ora não seria mais prático, como se fazia com os velhos telefones fixos, que quando não se podia atender, eles tocavam e se ninguém podia atender ligavam mais tarde. Esta ideia fixa de que a vida é feita ao ritmo do telefone e do imediato, não nos leva a lado nenhum. Ainda por cima como fica registado o número no nosso telemóvel, podemos sempre reatar o contacto, então em momento oportuno.
Embirro quando me perguntam num telefonema para o telemóvel: "Desculpa, mas não sei se me podes atender... ou se agora é oportuno...!" Se não fosse oportuno porque é que eu atenderia o telefone? Não é assim que fazemos noutras coisas da nossa vida. Se não posso, não vou ou não faço.
Comentários
A solidez da comunicação, quando é profícua e profunda, abstém-se de manifestações exteriores e estéreis (a não ser para as operadoras, claro, nas chamadas inúteis mas pagas).
A verdadeira comunicação acontece, muitas vezes na intimidade, na discrição... e raramente é inoportuna.