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A mostrar mensagens de março, 2004

Recomeçou a caça

A caça está de volta. Mas não é a caça às rolas ou às perdizes. Trata-se sim da caça aos votos. Com o aproximar de qualquer tipo de eleição de âmbito nacional, recomeça o circo eleitoral. Tal como na Fórmula Um, existem à volta das eleições um autêntico circo mediático, onde recomeçam as promessas. Numa primeira fase os novos governos dizem mal dos anteriores, culpam-nos de todas as desgraças, é a tanga, a crise, a ausência de aumentos. Assim se justificam políticas de contenção. Depois, como que por obra e graça do alto, tudo começa a ser azul. Já vai haver aumentos para os funcionários públicos (pudera, sempre são quase 800 000 eleitores e respectivas famílias), a crise já é passageira, as pensões serão aumentadas significativamente, um país das maravilhas. Passados 30 anos após a Revolução de 1974, será que ainda se acredita que é com papas e bolos que se enganam os tolos? O exemplo aqui dos vizinhos do lado não ajuda muito a este tipo de mentalidade... ajp

Lixo & lanche

Crónica de Angola Na sexta feira dia 27 de Fevereiro participei num programa da ONG 'Acção Humana' difundido pela Rádio Eclesia. Além de mim e de outras três pessoas participou um deslocado de guerra residente num “acampamento” situado na periferia de Luanda. Esse deslocado, ao reagir a uma pergunta acerca do impacto na vida das pessoas do recente desmantelamento de mercados em Luanda, disse — mais palavra menos palavra - que entendia a necessidade de organização dos mercados da cidade; mas chamava a atenção para o facto de: "antes da praça da Estalagem ter sido desmantelada e acabada a sua produção diária de lixo, na sua zona, morriam duas crianças por mês; mas, agora, após o fim da praça, morrem duas por semana, porque as crianças já não têm o lixo da praça para "lanchar"! Este dito “bateu-me na cabeça”, aturdindo-me; e uma sensação de vertigem quase me atirou ao chão. Como classificar e tratar uma situação em que alguém nos afir

A morte do pai

A morte é sempre dolorosa. E para quem perde um pai, qualquer que seja a sua idade, é de um facto marcante na vida de qualquer filho. Hoje os jornais inundaram-nos com anúncios garrafais a propósito da morte do pai do Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos. Não são anúncios colocados pela família enlutada, que assim poderia publicitar esse evento, para anunciar aos amigos e conhecidos, que assim poderiam participar nos actos relativos ao funeral. O que é alarmante, é que neste “ país de avelinos ”, há filhos mais sentidos que os outros. Há filhos que precisam que seja publicitada de tal forma e intensidade a sua dor, que levam a que as autarquias publiquem vários anúncios pagos, pelos contribuintes, a dar conta desta notícia. E não foram pequenos anúncios. Alguns de página inteira e em vários jornais. Foi a Câmara Municipal de Matosinhos, a Assembleia Municipal, a MatosinhosHabit – MH, Empresa Municipal de Habitação, a MS-Matosinhos Sport - Empresa Municipal de Gestão de

Criatividade

Não pode haver dúvidas. É aqui que reside a especificidade, e como agora se ouve a toda a hora, é aqui que está a nossa mais valia . Vejamos o caso recente das contas da TAP. Primeiro, teve lucros. Caso inédito. E viva a gestão da equipa de brasileiros. Os cronistas da esperança aí estiveram a louvar esta nova dinâmica. Mas... veio agora o presidente da TAP dizer que afinal nunca tinha visto as contas, que se calhar não há lucros, etc... Em que é que ficamos. Só a criatividade contabilística nos pode salvar. Talvez uma venda, fora de horas, de património, possa ajudar. Não é nada de novo. O governo já fez coisas semelhantes para equilibrar as contas. Qualquer país (ou empresa) em dificuldades o melhor é contactar os nossos serviços de contabilidade criativa e vão ver a volta que isto dá... ajp