A Preparação [2]

À tarde, depois de me ter sido atribuída uma cama, vesti a roupa de doente. Sim porque isto nos hospitais, tal como já referi nas histórias passadas no Hospital Pulido Valente, há fardas para tudo. E o doente é aquele que veste um pijama. A anestesista e mais tarde um médico vieram explicar-me o que se iria passar no dia da operação. Uma das curiosidades foi o de saber que iria acordar na Unidade de Cuidados Intensivos, e que não me preocupasse, porque teria um tubo enfiado pela goela abaixo, e que isso seria normal. Ou seja não tinha morrido e não estava na fase de ressuscitação.
Tive também outras explicações sobre a prótese aórtica a colocar (e também da hipótese de se fazer apenas uma reparação na existente).
Chegada a hora da janta, recebi alguns medicamentos para tomar, o Tantum Verde para desinfectar a boca e o Mycostatin para bochechar e engolir, e dois clistéres... Olá, então dão-me o jantar e querem que eu fique limpo logo a seguir? É assim o protocolo.
Também tive de tomar banho com um sabão neutro que parece que nos limpa de todas as impurezas. Tenho de perguntar se se beber um bocadinho deste sabão, também servirá para limpar a alma.
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Já passaram 3 semanas depois da operação, mas só agora tenho a disponibilidade física e mental para contar estas histórias.

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