O sr.

Insurge-se hoje no jornal Público, Eduardo Prado Coelho, sobre a forma de tratamento das pessoas em tribunal, a partir da recente entrevista de Paulo Pedroso à revista Pública, onde se dá conta que durante o seu interrogatório, o juiz Rui Teixeira o tratou "apenas" por senhor Paulo, e não por Dr. Paulo Pedroso.
Já em tempo este juiz foi atacado porque andava de calça e camisa de ganga, entenda-se por roupa desportiva, durante o seu trabalho, sem recorrer ao clássico fato e gravata, que eventualmente só utilizaria nas audiências, além da tradicional toga.
O senhor EPC (se calhar deveria escrever sempre Dr. Eduardo Prado Coelho) parece que não andou por este mundo, e em especial em França, onde toda a gente é tratado "apenas" por Monsieur ou Madame, sem se fazer qualquer referência aos graus académicos. E isso não os impede de serem tão bons ou melhores que nós.
Por acaso alguém por aqui sabe qual foi a formação académica de François Miterrand, ou a do Valéry Giscard D'Estaing, ou de Jacques Chirac, ou mesmo de Tony Blair, Winston Churchill, Putin, Bill Clinton, Vaclac Havel, etc. E neste etc. cabem quase todos os famosos deste mundo.
Mas por que carga de água é que aqui neste cantinho teremos de fazer tanto finca pé nas designações bacocas de Dr, Doutor (por extenso), Engº., Arqº., se isso não impede a fuga aos impostos, a queda das pontes, a prostituição em Bragança, a Moderna, a pedofilia, etc.
Se isso transformasse a nossa vida pramelhor...
Creio que uma maneira de nos tornarmos mais europeus, era a de deixar cair estas portuguesices arcaicas, que além de chegaram à designação dos bispos por Dom (D.), até exportamos para as antigas colónias.
Mas se isto é verdade ao nível dos famosos, políticos, académicos e outros, é também muito importante nas relações de poder dentro das empresas. Aí eu tenho muitos colegas que fazem questão de serem tratados (e até bajulados) por Engº ou Dr., porque isso lhes dá um áurea especial. Coitados...
ajp

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