Porque é que os weblogs não são uma moda

Do encontro de Weblogs em Braga chega-nos este texto-resumo da intervenção de José Luis Orihuela
Porque é que os weblogs não são uma moda
e como poderemos dar-lhes novo impulso


1. Blogging, Self Media, Nanopublishing ou Thin Media são novas designações para a estratégia dos utilizadores que decidem tornar-se ainda mais activos e iniciar actividades mediáticas de low profile.

2. Blogs de nicho blogs especializados constituem o desenvolvimento natural do colunismo dos media tradicionais, com a vantagem da liberdade face às agendas de outrém, no que diz respeito a temas e frequência.

3. Quando às mesmas pessoas se pede que tenham capacidades nas áreas da apresentação e do conteúdo então: templates de sucesso / blogs com excelente apresentação mas sem conteúdo / conteúdo sólido mas apresentação pobre / algumas pérolas de conteúdo e grafismo que se tornarão, mais tarde ou mais cedo, em blogs de culto.

4. O que perdemos na passagem da periodicidade para o tempo real foi o espaço de reflexão. Ganhámos em dinamismo e conversação. Na blogosfera ficamos a saber mais sobre actualização e correcção de posts.

5. Partilha de conteúdos / agregadores de notícias / leitores /listagens de popularidade / recomendações de leitura / directórios com os mais acedidos / vizinhanças / cadeias de blogs / blogosferas temáticas e geográficas / blogtracking e blogrolling / são apenas algumas das ferramentas desenvolvidas pela comunidade dos bloggers para gerir o caos de abundância.

6. A natureza da web e dos weblogs resulta em publicação à escala mundial sem editores, mas ancorada num processo diário de ‘revisão pelos pares’ e de comentários de leitores. Disso resulta que a agenda de temas relevantes ultrapassa largamente o terreno comum dos media tradicionais, sendo partilhada com uma vasta variedade de novas fontes, muitas delas externas aos media.

7. Acesso significa procura, pesquisa, navegação, surf, decisão: uma atitude activa, uma vontade de ligar e de comunicar; o contrário da recepção passiva do conteúdo dos media. “As minhas visitas diárias” ou simplesmente a lista de blogs são expressões desta via pessoal de procurar conteúdos.

8. A blogosfera representa a mais consistente representação das capacidades interactivas do novo cenário da e-comunicação, dado que assenta nas dimensões de comunidade e conversação.

9. Os caminhos dos info-espaços são construídos sobre links. A criação e activação de links nos websites e nos blogs poderia tornar-se o novo nome para a alfabetização. Ler e escrever através dos processos de ‘linkagem’ constitui a competência mais estratégica que os bloggers estão a realizar.

10. Mesmo quando é altamente auto-referencial, a blogosfera constitui uma comunidade global meritocrática, com as suas hierarquias, rankings e códigos, realizando uma conversação multilateral transnacional, gerando uma espécie de conteúdo peer reviewd, veloz e amplamente disseminado, e assim se tornando uma das mais relevantes fábricas de conhecimento dos nossos dias.

Ideias para impulsionar a blogosfera portuguesa:
O enfoque correcto não consiste em adaptar-se mais ou menos eficazmente à mudança tecnológica, mas em estar na origem da própria da mudança

1) Mais directórios e actualizados
2) Mais blogtracking e ranking
3) Weblogs comunitários em português, espanhol e inglês
4) Adoptar o que teve êxito
5) Aproveitar as sinergias

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