Assim

Este advérbio converteu-se na coqueluche do português. Não há quem o não utilize a propósito e a despropósito de tudo. Parece que já se encontra na língua portuguesa desde 1192, mas creio que nunca como agora, tem tido uma utilização tão intensa.
“É assim…”
“porque é assim” ou abreviado “poqu’é assim”
“eu disse-lhe assim”
“Portanto, é assim…”
“O que eu queria dizer era assim”
“Acho que é assim…”
“O que é que se passou? É assim…”


Será, que por influência dos meios audiovisuais teremos de utilizar assim, para o início de tudo o que dizemos?
Esta muleta da linguagem, repetida até à exaustão, em qualquer discurso directo, faz lembrar a introdução na linguagem do português corrente, logo após o 25 de Abril 74 o “”. Nessa altura, era um bordão que acompanhava também quase todas as conversas.
Lembro-me ainda da utilização do “início” ou “fim de citação”, quando se pretendia deixar claro que o que tinha sido dito não era da nossa lavra mas sim uma citação de algo dito ou escrito por outra pessoa.

É curioso como com o tempo vamos dando conta do efémero de certas modas de linguagem.
ajp

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