S. Tomé

Ver para crer como em S. Tomé...
Vê-se e não se percebe. A simples ameaça de que o petróleo poderia mudar, pramelhor, o rumo da vida dos sãotomenses, que como se sabe, em número, dariam para encher os dois novos estádios de futebol de Lisboa, ou em medidas antigas, o antigo estádio da Luz em dia de enchente, largou na incerteza e talvez num caos, aquilo que poderia ter sido um pequeno paraíso calmo e próspero. Poderia assim fugir do destino trágico e sem visão, que o sistema colonial o foi condenando. No romance Equador, escrito pelo Miguel Sousa Tavares, pode-se ter uma aproximação do que foram os primórdios desta colonização exemplar portuguesa, e das formas absurdas que desde os tempos finais da monarquia e até meados da década de '50, ajudaram a conduzir a esta situação.
S. Tomé e Príncipe, de alguma forma vinha desenvolvendo um sistema democrático, pluripartidário, apoiado pelas organizações internacionais, que alimentavam a esperança de uns tempos melhores. Em que a riqueza vinda do fundo do oceano, poderia ajudar a combater a insalubridade que alimenta a malária, que além da ameaça cega ao bem estar, impede por exemplo, o desenvolvimento sustentado do turismo.
Será que estamos a entrar numa rota sem destino, tal como veio a acontecer com a Guiné-Bissau depois do golpe que derrubou Nino Vieira?
Para que nos serve uma CPLP, que apenas é capaz de criticar posteriormente estes procedimentos golpistas, mas que é incapaz de se preparar para ajudar os países membros a desenvolverem-se harmoniosamente. Estarão estes pequenos países condenados a serem geridos desta forma?
Terá já chegado a hora de rever, sem quaisquer complexos, e paixões, o que foram estas independências?
Estas são algumas das interrogações que vou tendo e que gostaria de partilhar, com ou sem paixão, com aqueles que se interessam pelo futuro dos povos que compõem, com a sua diversidade, esta Terra onde vivemos.
ajp

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